É no século 19 – “o século da moda por excelência” que a moda se consolida como uma indústria. Antes, a produção das peças era um trabalho artesanal dos alfaiates. No entanto, no fin de siècle, as máquinas de costura aqueceram a força produtiva dos pequenos ateliês, e a moda começou a conquistar cada vez mais espaço na sociedade francesa. Nessa época, se inicia um dos momentos mais importantes da história da moda: o costureiro inglês Charles Frederick Worth inaugura suamaison em Paris, em 1846, tornando-se o “pai” da alta-costura. Data de 1868 a fundação do Syndicale de la Couture Parisienne, um indício de que a moda francesa estava se transformando em uma indústria, pautada pela originalidade e pelo luxo, com direito a certos devaneios criativos, mas, agora, com um elemento inédito: organização. A criação de um calendário foi um dos primeiros passos para essa consolidação, pois determinava épocas certas para os desfiles, incorporando à moda a uma lógica sazonal – as famosas temporadas, presentes até hoje. Em 1911, a entidade foi batizada como Chambre Syndical de la Haute Couture. Enquanto os tecidos luxuosos da alta-costura faziam a alegria da aristocracia e a moda ganhava disciplina, surgia um dos principais símbolos da moda moderna: a figura do estilista. Se antes os costureiros teciam roupas despretensiosamente, com poucas inovações estéticas, com a ascensão da alta-costura eles conquistaram novo status: tornaram-se criadores artísticos, com liberdade para elaborar modelos inéditos, novas formas e acabamentos exclusivos. E, assim, nascia a ideia da moda como uma das “belas artes”.

No fim da Segunda Guerra Mundial, a alta-costura passa a dividir as atenções com um novo estilo: o prêt-à-porter, expressão inaugurada pelo estilista francês J. C. Weill, em 1949. “Pronto para vestir”. Nada mais simples e, ao mesmo tempo, mais revolucionário para a indústria da moda. Para além dos deslumbrantes vestidos de gala couture, o prêt-à-porter fez uma reviravolta na lógica da produção industrial de moda. A sociedade passou a privilegiar umlifestyle mais jovial, em que o novo impera sobre o clássico. As galerias parisienses Printemps e Lafayette (fundadas em 1883 e 1893) foram importantes difusores desse novo estilo de roupa durante a década de 1950. De olho nesse mercado, estilistas ilustres passaram a desenhar peças prêt-à-porter, adicionando a elas seu estilo e sofisticação. Assim, a moda parisiense consolidou mais uma conquista simbólica: a ideia de griffe. Não é de se admirar que estilistas franceses como Coco Chanel (1883-1971), Christian Dior (1905-1957) e Yves Saint-Laurent(1936-2008) tenham ancorado suas maisons em Paris, além das tradicionalíssimas grifes Louis Vuitton e Hermès. Atualmente, nomes contemporâneos como Hubert de Givenchy (1927), Christian Lacroix (1951), Jean Paul Gaultier (1952) e Christian Louboutin (1964) continuam a fazer jus à fama francesa. A grife imprime valor simbólico à marca – no caso da alta-costura, é o glamour da maison; no prêt-à-porter, é a assinatura do estilista.Graças ao prêt-à-porter, a moda se difundiu por diversas escalas sociais. Revolucionando a produção industrial da moda, as marcas criavam coleções diferentes a cada temporada, ilustradas sazonalmente nas passarelas, nas vitrines e nas principais revistas de moda do mundo. Ao longo do século 20, o prêt-à-porterconquistou o mundo. Assim, Paris perdeu o posto de capital artística da moda. Cidades cosmopolitas como Londres, Milão e Nova York despontam como novos palcos para as coleções criativas, fantasias fashion e eventuais revivals da alta-costura. Atualmente, a semana de moda de Paris divide o calendário com outras fashion weeks, também consideradas lançadoras de tendências e com a mesma capacidade de atrair os olhares do mundo. Mais lembrando que "PARIS" sempre será a capital da moda, pois quem passa por paris respira a moda e um dia eu irei respirar nesse maravilhoso lugar !!!

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